sábado, 23 de fevereiro de 2013

SEM LICENÇA VI










GOSTO... APENAS ISSO!
(Meu caro Paolo, és um poeta imperdivel! Culto e atento, contas o teu tempo de forma rara, sendo para ti claras imagens que, para a maioria, não passam de ténues percepções, quando muito... É um enorme previlégio, ser por ti guiado ao mundo que só tu contas!)



Gosto...
apenas isso !
 
          Inviolável sensação;
                Frase curta
                     com sujeito e adjetivo -
                            ocultos ou não,
                                      ora possessivos, ora de negação.

Pode ser substantivo
    este verbo transitivo -
         agora sem acento de diferenciação                                            
                   e, por isso, confundido
                         ao sabor da entonação.
                                                                                               
Gosto...                                                            
apenas isso !
 
         Simples confissão;
                por sí só, um poema,
                    um espasmo do coração;
                         palavra que sintetiza a vida
                                    por apontar-lhe uma direção.

 
Gosto...
apenas isso !




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 








 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

SEM LICENÇA V



...PORQUE ME PERTENCEM...
Ou porque as sinto, obras minhas
Ou porque gostaria de as ter inspirado
Não avisarei ou pedirei autorizações
Porque tenho o direito de me encantar
E deixar que se encantem, todos
Os que este local procurem.
Pronto a aceitar as punições devidas
Apenas agradeço ao Universo
ter-me colocado na rota, destes
Que em vida
Constroem a sua e, com ela
A humana imortalidade.
Palavra a palavra
Pincelada a pincelada
Cinzelada a cinzelada
ou
Olhar a olhar...
Por favor, deliciem-se...











(Não é a meus pés que eu quero o amor. Porque é à altura da minha alma, que eu quero ser amado…
É assim, minha querida Marcia "de além-mar", que me chega sempre a tua poesia, olhos nos olhos, adulta, que ora subtil e doce, ora tão crua e dolorosa, me estimula sempre a subir o olhar, elevando-me. Surpreendido, a cada passo que te descubro, tenho sempre a sensação que navego sobre um manto sob o qual tudo é conhecido, pacífico porque entendido… Bendigo as horas que passei já, debruçado sobre a tua poesia!)






ADEUS
As pestanas repousavam em sua face,
como um leque negro..
Sua sombra pareceu deslocar do corpo
e passar por minha pele como
se fossem mãos divinas.....
Seus olhos me atravessaram e
seguiram para além,
até um lugar de sofrimento,
um inferno íntimo, desconhecido,
que não me era dado penetrar...
Nesse momento,
você se tornou o canto ilusório
de uma poesia, em um silêncio
que feria meus ouvidos;
parecia uma figura medieval encerrada
em esguia catedral...
Com seu amor, tomou-me pela mão
e ao sentir seu calor, foi como se
o escuro tivesse vida,
tivesse forma,tivesse gosto,
e não fosse nem dia,nem noite....
Com sua voz na minha,
disse adeus...


...e porque não resisto... 

 PSIU!... SILÊNCIO


Psiu!....silêncio
       O tempo dorme.
                    Ao despertar apressado,
                                    vai me encontrar.

               Quando eu for.....
                                  Não matem,
                                                                    flores em mim....








Conheça mais... MARCIA PORTELLA

... e mais...

EVIDÊNCIAS


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

SEM LICENÇA IV



 
...PORQUE ME PERTENCEM...
 
Ou porque as sinto, obras minhas
Ou porque gostaria de as ter inspirado
Não avisarei ou pedirei autorizações
Porque tenho o direito de me encantar
E deixar que se encantem, todos
Os que este local procurem.
Pronto a aceitar as punições devidas
Apenas agradeço ao Universo
ter-me colocado na rota, destes
Que em vida
Constroem a sua e, com ela
A humana imortalidade.
Palavra a palavra
Pincelada a pincelada
Cinzelada a cinzelada
ou
Olhar a olhar...
Por favor, deliciem-se...
 
 
 
 




A Noite que à Noite se Sobrepõe

( A tua poesia caro Filipe, vagueia num tempo sem tempo, num espaço que beira o vácuo de sentido cheio, onde se mergulha, sem volta aparente... Mas o que a torna absolutamente incontornável é esta emoção profunda, de que não fugimos nunca, quando dela nos abeiramos... Por isso, não tenho dúvida, mantêr-se-á viva, ainda que, "para além da hora"...) 




Um dia
          
               o dia será

                                 Ausência



Por fim
      
                o tempo cessará

                                           Infinitamente





Como noite que à noite se sobrepõe
A sombra à sombra se sobreporá


                                                 Como uno momento
                                                 Como definitiva forma





Infecundadas são todas as negras primaveras
Assim como estéril é o corpo por fecundar


Inútil é o tempo consagrado à treva
Assim como toda a reza é ineficaz




Longos suspiros são mil murmúrios
Vagos abismos de inacessíveis altares





Na noite

                ausente será

                                       A memória


Sem fim
 
                a utopia cessará

                                           Definitivamente






Como voz sobre o vácuo vertida
Como verso de um poema vazio




 
Conheça mais... FILIPE CAMPOS MELO
 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SEM LICENÇA III




...PORQUE ME PERTENCEM...
 
Ou porque as sinto, obras minhas
Ou porque gostaria de as ter inspirado
Não avisarei ou pedirei autorizações
Porque tenho o direito de me encantar
E deixar que se encantem, todos
Os que este local procurem.
Pronto a aceitar as punições devidas
Apenas agradeço ao Universo
ter-me colocado na rota, destes
Que em vida
Constroem a sua e, com ela
A humana imortalidade.
Palavra a palavra
Pincelada a pincelada
Cinzelada a cinzelada
ou
Olhar a olhar...
Por favor, deliciem-se...



 
 
 
 
 
CAFÉ NA LUA
 
 
(Cantas o recondito profundo do divinal ser, com a divina forma de cantar o profano, insana proibição... Real, crua, imaginação da libido no seu estado mais puro de sedução, sem nunca descompor a arte. És rara, talvez única, neste expressar do interior humano, de forma tão bela...
A minha escolha...? Razões que a razão desconhece, no repentismo de um enorme talento... Em poesia!
 


Não sei desse cheiro dos cafezais
Mantos verdes enluarados
...
O orvalho da pele humedecida
No tacto dos dedos aromas carnais
Entre olhares enfeitiçados
E a lua consentida

Por um poema teu
Um café na lua ou eu
E toda a nossa vida

Brilha nos olhos o café ardente
Esperam por nós rubras bagas
Na pele suada e quente
As minhas mãos guardas
Que meu olhar consente
Há motivos desenhados
Arabescos com café
Traços embainhados
Como quem pinta com o pé
A desenha a sedução
Na pele nua do teu ser
Que cheira a excitação
Depois de uma noite de prazer

Por um poema teu
Um café na lua ou eu
E toda a nossa vida por contar

E há cestos levando sonhos à lua
E mãos que colhem doces sentidos
E aromas da tua pele nua
Nos lábios e na boca travos perdidos
Sabor e gosto a tua pele crua
No fundo da chávena desejos tidos
 
Há um aroma a café quente
que minha pele, na tua inventa...
Não sei o nome, mas sei da lua
A pele que minha, a tua tenta...
 
É um fragor, uma unção de sabor a menta... e sedução