SANDRA LOPES
Poesia feita pele, que arde...
OS SENTIDOS COM QUE TE SINTO…
O Corpo viril que prevejo
De homem que se perde em aflito desejo
Consome ora suave… ora ligeiro…
Que com corpo se veste
E de corpo se despe
Adorável e profuso instante
Que faz dele o mais apetecido amante…
A tua boca exaltada
Sufocando a melodia exagerada
Que adoro e para mim sorvo
E respondo
Em repercussões inusitadas
Pautando letras inacabadas
Que entre bocas vamos contendo…
A pele quente em arrepio
Que dedilhando provoco
E brincando desafio
Despertando a avidez
De delírios e excessos
Sem pudores, confessos
Sem rasgos de timidez…
A mais bela combinação de odores
Paixão, desejos, afogos e furores…
Dominam tão naturalmente…
Já não escondo… não… eu já não minto…
E sendo, porque me arrepias
Como que poesia que nasce
Tu és poema que em mim cresce
Num ápice, livre, em que me desafias…
Só podendo ficar ou ir
Entre querer ou não, eu quero
Mesmo que descer ao inferno
Degrau seja, para ao paraíso subir…
Enleio-me, cego, na alma que me seduz
Onde sorvo ávido cada tom desse desejo
Socorro-me da palavra, que a ti me conduz…
Morrendo suspiros, quase gritos
Tremo convulso, como que à boca, te pedindo
Que de vez me mates, ardor que a sufocar-me sinto…:
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Rzorpa
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