RZORPA - À flor da pele - RZORPA
O Poeta não desiste, nunca... Simplesmente porque a poesia não deixa!
sexta-feira, 24 de abril de 2020
sábado, 8 de abril de 2017
O aroma das flores que amam...
... Leonor? ...
Fruição... este vicio dos sentidos
Sinto muito, muito mais do que vejo
benditos... os pecados sem perdão...
" INTENSO... O QUE SINTO..."
...neste intenso leito
de odores...
quando passas
que ficam
quando voltas
que pairam
que permaneçam
enquanto vivas...
...este embriagar louco
das flores...
que fique
que paire
permaneça
que baile
que sobreviva...
...se fores...
:
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:
:
.
aguarela sobre papel
LEONOR RIBEIRO
... E doravante (percebi)
beberei do que a vista alcance
muito mais que alguma vez bebi...
Rz
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Esta forma, de me dizeres as palavras...
Que me desculpem todos...
Ela...é rebento meu
flor de meu sangue...
Amor, de mim amante
é voz...que Deus lhe deu...!
Que iluminados e sem dor, sejam
os passos todos, que deres...
E um dia destes...
ouvi-la-ão dizer ainda, coisas como...
te nasce, quer queiras quer não
Independentemente, da luz com que amanheces
Inverno ou Verão...
Amar, é mais do que amor
É ter o poder de voar
mesmo que a chorar a dor...
há um tempo que não espera
um passado tão perfeito
a saudade desespera...
sobra o medo, do amor sobrar
apenas, o sabor amargo
dessa dor, depois de amar...
Chega...agora digo eu
a onda já não pára
segunda-feira, 3 de junho de 2013
SEM LICENÇA X
Não
digo não
(E agora tu, minha querida Suzete...
(E agora tu, minha querida Suzete...
Sabes, estive muito indeciso, sobre a escolha do poema para colocar aqui. Tu és, de facto, uma escritora riquíssima e inspiradora. Mas és, sobretudo pelo que te revelas enquanto escreves, um ser Humano imenso. Desde o primeiro dia, que toquei o teu talento, tenho essa percepção, que segue... em crescendo. Um ser humano inteiro, lúcido e cheio de coisas para serem escutadas. E este belíssimo poema, entre muitos outros, oferece-nos pistas, para as razões desta percepção. Crê-me um enorme admirador, encantado sempre pela tua expressão... na forma, conteúdo e... SER!)
Não digo não
ao
silêncio que arruma o pensamento
às
palavras acompanhadas de sentimento
que
guarda o essencial do momento
na
certeza do mistério
íntimo
do ser...
Não
digo não
à
solidão
dona
do meu nariz
que
respira
liberdade...
Não
digo não
quando
as lágrimas em rio
inscrevem
memórias
de
fotos preto e branco
de
dias envelhecidos...
Não
digo não
à
vida preenchida dos seus enigmas
do
quase certo
e
do tudo errado
a
cada passo
respirado
na serenidade
de
quem não tem pressa
e
se encontra de passagem
nessa
viagem
Vida...
Na
dúvida
não
ultrapasso.
Aguardo
o
exato tempo
da
espera...
A
pressa destrói
a
lucidez da serenidade
do
caminhar à certeza
onde
ficamos
sossegadamente
à
vontade...
quarta-feira, 22 de maio de 2013
SEM LICENÇA IX
MADRUGA-ME A SEDE
(É
este Maria, o poder rubro da palavra, que te faz íngreme. É deste
eriçado manto desassossego, que bule com a consciência da
inconsciente levitação do espanto. Nesse olhar que sobre as coisas
tens, sobre o que sentes, dizes... mantém-se permanente, o
encanto...que me chega sempre...)
ás
vezes madruga-me a sede
subo
menina à cama
enquanto
a tua voz canta
trago
da tua pele sinais
pássaros
em gomos declarando sol
acabou
o café
o
frio regressa ao cair das horas
entardece
as
palavras são crepúsculo
à
hora em que toca o sino
guardamos
o som da água
o
pátio é de pedra
onde
a lua nos consola a boca
o
mel renasce-me nos poros
onde
a grande tarefa é respirar desertos
adornados
de usura onde só tu me sabes
"
a noite outrora não tinha céu
o
dia não tinha chão"
agora
o
amor é o catre das artérias
samba
em que me cedo
cravo
na terra mordendo cego
instante
a gemer entre paredes
aqui
- violo no orgasmo a paz
roubo
o silêncio das noites
com
os olhos abertos para dentro
o
alfabeto dos homens na água das mulheres
o
limo a contornar a nuca
a
cidade no bico dos seios embalsamada
o
verão na luxuria dos livros
e
o tempo a fio no que dizes
eu
digo-te
coisas naturais
tu
fazes escapulir peixes em cardumes
na
rua dobrada no vapor da boca
onde
eu chego
mesmo
quando parto
PINTURAS: MARIA ANDERSEN
(Escritora e Artista plástica)
sexta-feira, 19 de abril de 2013
SEM LIÇENÇA VIII
um dia diferente...
(… Cecília?
Imagino-te
sempre, despertando entre o pôr e o nascer do sol, no vigor das
luzes ténues...Revelas-te na beleza das sombras intocáveis, na luz vaga
do amor pungente, constante surpresa...
Dos
perfumes, dos sabores e dos braços quentes, com a irresistível
forma alma que incondicional ama, é frequente deixar-me ir nessa
luz... que te traz difusa e especialmente bela, sempre, na forma e jeito
insondável, com que te revela os movimentos...
Não
sei, ainda hoje, como fazer passar o tempo sem te beber amiúde,
sentindo-te ,nessa tua arte... MAIOR... nesse teu jeito de me manter
desperto... nesse teu... ECO DO SILÊNCIO)
Era um dia diferente
Quente, excessivamente húmido
Invadido por uma brisa que quase queimava
Os ocres eram mais intensos
Ouvia-se um piano
Sim, acordes possantes dum piano
As folhas caíam, como caem todos os dias de outono
Mas naquele dia era diferente
Talvez caíssem mais lentamente
Como o silêncio que se fazia sentir naquela tarde
Respirava-se volúpia em cada poro
Talvez fosse isso…
Percebeu-se quando os pássaros esvoaçaram em bando
O piano tocava
E o ar quente desvendava silhuetas embriagadas
Unas
E o piano tocava imponentemente
E o desejo gritava da terra
Da cama
Do restolho
E os olhares bebiam-se na pele
E o gemido do piano
E as folhas dos plátanos
E o êxtase da paixão
Era um dia diferente, quente
E o toque
E o desabrochar extasiado dos aromas
E à volta, não acontecia nada
E tudo acontecia num só tempo, ali, naquele instante
E as peles queimavam-se em toques levíssimos
E os pássaros esvoaçavam em bando
E as bocas silenciavam palavras
Os lábios humedeciam os corpos
Era um dia de outono, diferente
Excessivamente húmido
Ardentemente exaltado
E o piano tocava
E as bocas beijavam-se
E as sombras incendiavam
E os corpos deixavam-se morrer, lentamente
Ébrios
Jaziam na paixão esventrada
Voluptuosa
Em silêncio, sem tempo
Era um dia diferente…
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