Não
digo não
(E agora tu, minha querida Suzete...
(E agora tu, minha querida Suzete...
Sabes, estive muito indeciso, sobre a escolha do poema para colocar aqui. Tu és, de facto, uma escritora riquíssima e inspiradora. Mas és, sobretudo pelo que te revelas enquanto escreves, um ser Humano imenso. Desde o primeiro dia, que toquei o teu talento, tenho essa percepção, que segue... em crescendo. Um ser humano inteiro, lúcido e cheio de coisas para serem escutadas. E este belíssimo poema, entre muitos outros, oferece-nos pistas, para as razões desta percepção. Crê-me um enorme admirador, encantado sempre pela tua expressão... na forma, conteúdo e... SER!)
Não digo não
ao
silêncio que arruma o pensamento
às
palavras acompanhadas de sentimento
que
guarda o essencial do momento
na
certeza do mistério
íntimo
do ser...
Não
digo não
à
solidão
dona
do meu nariz
que
respira
liberdade...
Não
digo não
quando
as lágrimas em rio
inscrevem
memórias
de
fotos preto e branco
de
dias envelhecidos...
Não
digo não
à
vida preenchida dos seus enigmas
do
quase certo
e
do tudo errado
a
cada passo
respirado
na serenidade
de
quem não tem pressa
e
se encontra de passagem
nessa
viagem
Vida...
Na
dúvida
não
ultrapasso.
Aguardo
o
exato tempo
da
espera...
A
pressa destrói
a
lucidez da serenidade
do
caminhar à certeza
onde
ficamos
sossegadamente
à
vontade...